O arcebispo Charles Scicluna, secretário-adjunto no escritório doutrinário do Vaticano e conselheiro do papa Francisco, defendeu no último domingo (7) a ideia de permitir que padres se casem em uma entrevista ao Times of Malta.

Ele destacou que a Igreja Católica deveria “pensar seriamente” sobre a revisão da exigência de celibato para os padres.

Scicluna reconheceu que essa era a “primeira vez” que expressava publicamente sua opinião sobre o assunto, reconhecendo que para algumas pessoas essa ideia pode parecer “herética”.

Ele enfatizou que a prática de padres casados era comum nos primeiros milênios da história católica e ainda é permitida nas igrejas orientais.

O arcebispo afirmou que, embora o celibato tenha seu lugar na igreja, é necessário entender que os padres também podem se apaixonar. Ele sugeriu que a escolha entre o sacerdócio e o amor romântico pode levar alguns padres a se envolverem secretamente em relacionamentos sentimentais.

Scicluna ressaltou que muitos bons sacerdotes foram perdidos devido à imposição do celibato e que a igreja precisa considerar a possibilidade de revisar essa exigência.

Vale destacar que, em 2019, o papa Francisco descartou mudanças na regra do celibato, mas, em uma entrevista quatro anos depois, indicou que essa prática não é eterna e poderia ser revista como uma disciplina, não uma doutrina imutável.