Celebrado com flores, jantares e declarações românticas, o Dia dos Namorados, nesta quinta-feira (12), vem ganhando novos contornos entre os mais jovens. Para muitos da geração Z, amar não se resume mais ao “felizes para sempre” em par.

Em vez disso, relacionamentos abertos, poliamor e até a escolha consciente por estar só passam a ocupar o centro das decisões afetivas. “Melhor só do que mal acompanhado”, resume Rangel de Oliveira, de 22 anos, que prefere priorizar a conquista de estabilidade profissional antes de cogitar um namoro. Já o universitário Ewerton Duarte, também de 22, aponta o autocuidado como prioridade: “Se nem dou conta de mim, como vou cuidar de alguém?”.

O psiquiatra Thiago Blanco explica que, mais do que desinteresse, essa postura reflete uma dificuldade crescente em lidar com as exigências emocionais das relações.

Em tempos de conexões líquidas, como definiu o sociólogo Zygmunt Bauman, muitos jovens rejeitam vínculos profundos por medo de frustração ou por valorizarem demais a própria liberdade.

“É tudo muito rápido, muito descartável”, reforça a técnica de enfermagem Julia Oliveira, de 27 anos, que decidiu pausar a vida amorosa para se redescobrir.

Em comum, os relatos revelam uma geração que, mesmo em busca de amor, prefere que ele venha sem pressa — e, se possível, com menos drama e mais propósito.