Arsenal apreendido no Rio evidencia expansão do Comando Vermelho e ameaça nacional
Muitos dos fuzis são montados com peças contrabandeadas
Por Antônio Padilha
De O Jogo do Poder, em São Luís
Publicado em
31
de
outubro
de
2025
Atualizada em
31/10/2025 : 12h10
A polícia do Rio de Janeiro apreendeu, em uma única operação, 91 fuzis, 88 já estão armazenados na Cidade da Polícia, na Zona Norte, e três ainda serão remetidos revelando a dimensão do armamento pesado em mãos de facções.
O detalhe das armas, com desenhos, letras e símbolos, aponta para a articulação do Comando Vermelho com grupos do Norte e do Nordeste, além de referências a criminosos vindos da Bahia.
Muitos dos fuzis são montados com peças contrabandeadas ou comercialmente acessíveis, os chamados “fuzis fantasmas”, o que dificulta o controle; segundo o delegado Vinícius Domingos, são equipamentos com calibres capazes de perfurar coletes e até paredes, que chegam ao país por rotas da Amazônia e do Paraguai.
Imagens divulgadas também mostram suspeitos usando roupas camufladas semelhantes a uniformes militares, e parte do armamento apreendido teria sido desviada das Forças Armadas de Brasil, Venezuela, Argentina e Peru.
Os números confirmam a gravidade: de janeiro a setembro de 2025 foram apreendidos 1.471 fuzis em todo o Brasil, dos quais 593, cerca de 40%, estavam no estado do Rio, uma média de dois fuzis por dia.
Autoridades afirmam que, além de reduzir significativamente o poder de fogo das quadrilhas, os fuzis em condições serão reaproveitados pela polícia para o combate ao crime, enquanto investigações seguem para rastrear as rotas de contrabando e o possível conluio entre facções regionais.