Trabalhadores ameaçam confrontar vice-prefeito de Ribamar por suspeita de controlar empresa que não paga salários
A suspeita entre os funcionários é de que o Natercio, mesmo não sendo oficialmente proprietário, teria participação nas decisões da construtora
Por Redação
De O Jogo do Poder, em São Luís
Publicado em
25
de
abril
de
2025
Atualizada em
25/04/2025 : 11h04

Trabalhadores da obra do Centro Cultural de São José de Ribamar, iniciada na gestão anterior e financiada pela Caixa Econômica Federal, estão ameaçando procurar diretamente o vice-prefeito Natercio Silva para cobrar os salários atrasados.
Os operários desconfiam que Natercio exerce forte influência sobre a Nordcon, empresa responsável pela construção e que, segundo relatos, tem atrasado reiteradamente o pagamento da mão de obra.
A suspeita entre os funcionários é de que o vice-prefeito, mesmo não sendo oficialmente proprietário, teria participação nas decisões da construtora, que já dispensou parte dos trabalhadores e mantém outros sem remuneração.
“Estamos pensando em ir atrás do vice-prefeito porque a gente já sabe que ele manda lá dentro da empresa, ele que decide as coisas”, disse um dos trabalhadores, sob condição de anonimato, temendo represálias. “Era para o pagamento sair dia 7, depois dia 8, e agora jogaram para semana que vem. A gente trabalha, tem família, não pode ficar assim”, completou.
A frustração cresce entre os operários, que afirmam que a prefeitura já recebeu recursos da Caixa após medições da obra, mas não fez o repasse para a Nordcon, o que estaria travando os salários.
A empresa, por sua vez, justifica que não recebeu os valores da prefeitura, impedindo-a de pagar os trabalhadores. Entretanto, os relatos apontam que os funcionários não têm acesso à direção da Nordcon e só conseguem informações através de uma engenheira do canteiro de obras.
“A engenheira falou que o dinheiro já está com a prefeitura, que a Caixa já liberou, mas a prefeitura não passou para a empresa. A gente continua aqui, sem salário, esperando”, afirmou outro trabalhador que atua na unidade da antiga Tondela.

A situação vem gerando um clima de revolta e insegurança entre os operários, que cogitam acionar o Ministério Público e levar a denúncia diretamente ao prefeito Julinho Matos. Eles alegam que há um ciclo de empurra-empurra entre prefeitura e empresa, e que nenhuma das partes assume responsabilidade.
Enquanto isso, os trabalhadores seguem nas obras do Centro Cultural, em pontos como a Antiga Tondela e o campo do Maropóio, sustentando o projeto que virou símbolo da má gestão e da fragilidade das relações trabalhistas.