Dois dias depois de reconciliar com o ex-presidente Jair Bolsonaro, após um constrangimento na semana passada antes da votação da Reforma Tributária, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou neste domingo que não é possível concordar em tudo com o ex-chefe. No entanto, ele prometeu ser sempre leal a Bolsonaro.

Tarcísio participou de uma solenidade em homenagem aos 91 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, evento realizado no Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, no Ibirapuera. Ao ser questionado sobre a polêmica da semana passada, ele minimizou a situação e destacou que já tinha divergências com Bolsonaro quando era seu ministro da Infraestrutura, de 2019 a 2022.

“A conversa com Bolsonaro foi excelente. O presidente é um grande amigo. Podemos divergir em algum ponto sobre a reforma, o que é normal. Não é possível concordar em tudo. Já era assim quando eu era ministro. Havia situações em que discordava dele, mas sempre procurei assessorá-lo de maneira respeitosa. Sempre tive uma lealdade muito grande. Os pontos que coloquei sobre a reforma, já havia apresentado antes a ele. Está tudo bem. Sempre serei leal e grato ao presidente”, declarou Tarcísio.

Na quinta (6), os aliados e de Bolsonaro. O embate foi registrado e divulgado nas redes sociais para gerar pressão contra o governador. No mesmo dia, após a aprovação da reforma na Câmara, Tarcísio recebeu telefonemas de empresários influentes, como Abilio Diniz, e foi publicamente defendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. No dia seguinte, devido à repercussão negativa por parte dos apoiadores de Bolsonaro, o ex-presidente telefonou para o governador e eles marcaram um encontro em Brasília para apaziguar a situação.

Perfis de apoio a Tarcísio rapidamente divulgaram uma foto do encontro para aliviar a pressão sobre o governador, que passou a ser cobrado por bolsonaristas para se posicionar de forma mais firme como uma liderança da direita bolsonarista e demonstrar lealdade ao ex-presidente.