No próximo dia 9 de outubro de 2023, a cidade de São Luís, capital do Maranhão, será palco de um dos julgamentos mais aguardados e impactantes da região central do estado. O réu, Júnior do Nenzin, enfrentará um júri popular por acusação de articular e executar o assassinato de seu próprio pai, Manoel Mariano de Sousa, mais conhecido como “Nenzin,” ex-prefeito de Barra do Corda.

O crime, ocorrido em 6 de dezembro de 2017, chocou profundamente toda a comunidade maranhense.

O caso ganhou notoriedade quando, após o tiro fatal que atingiu seu pai no pescoço, Júnior do Nenzin conduziu o veículo com a vítima por cerca de 40 minutos pelas ruas de um residencial da cidade. Somente depois desse período angustiante, Nenzin foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra do Corda. Segundo informações, Júnior do Nenzin optou por retornar à sua casa e tomar um banho enquanto seu pai agonizava na unidade de saúde. Nenzin foi posteriormente transferido para o Hospital Socorrão de Presidente Dutra, mas veio a falecer minutos depois.

As investigações apontaram que, a pedido do Ministério Público, o Tribunal de Justiça determinou a transferência do julgamento para São Luís, em fevereiro de 2020, retirando-o de Barra do Corda. No entanto, o processo ficou parado na 2ª vara do Fórum de Barra do Corda por quase três anos, sem uma justificativa clara, mesmo se tratando de um crime cometido contra uma das figuras políticas mais influentes da região central do Maranhão.

Foi somente no início de 2023 que a segunda vara de Barra do Corda finalmente decidiu acatar a determinação do TJMA e transferiu o processo penal para o Fórum de São Luís. Desde então, o processo tem seguido seu curso regular. Em 1º de agosto de 2023, o juiz Pedro Guimarães Junior marcou a data do julgamento que determinará o destino de Júnior do Nenzin. Sete jurados terão a responsabilidade de decidir a sentença do acusado.

O Ministério Público, que representa a sociedade no caso, planeja requerer uma pena de 40 anos de prisão para Júnior do Nenzin. Se for condenado, ele será encaminhado diretamente da sala do júri para a Penitenciária de Pedrinhas, onde cumprirá imediatamente sua pena. Tal procedimento segue uma determinação do Supremo Tribunal Federal, que estabeleceu que condenados em júris populares com penas superiores a 15 anos de prisão devem iniciar o cumprimento de suas penas imediatamente.

A família da vítima, em busca de justiça, contratou um advogado renomado da capital para auxiliar o Ministério Público no pedido de condenação. Assinaram o pedido Rigo Teles, atual prefeito de Barra do Corda, além de Pedro Teles, Sandra Helena Teles, Ilânia Teles e Sandra Maria Teles, todos em busca de justiça e da condenação de seu irmão, Júnior do Nenzin.