Papa Leão 14 defende liberdade de imprensa e pede que jornalistas não “vendam sua autoridade”
O pontífice criticou as dificuldades enfrentadas por profissionais da comunicação
Por Antônio Padilha
De O Jogo do Poder, em São Luís
Publicado em
13
de
outubro
de
2025
Atualizada em
13/10/2025 : 10h10
Durante uma cerimônia no Vaticano, realizada na última quinta-feira (9), o papa Leão 14 fez um forte pronunciamento em defesa do jornalismo e da liberdade de imprensa, destacando que “ser jornalista não é um crime”.
O pontífice criticou as dificuldades enfrentadas por profissionais da comunicação, especialmente diante das restrições impostas por grandes plataformas digitais, e elogiou o papel essencial das agências de notícias na preservação da verdade.
“As agências são uma barreira contra as areias movediças da pós-verdade e das notícias falsas potencializadas pela inteligência artificial”, afirmou.
O papa também condenou práticas que, segundo ele, “corrompem a essência do jornalismo”, como o uso de títulos enganosos para atrair cliques — o chamado “clickbait” — e alertou para o risco de se trocar ética por popularidade. “A comunicação deve ser libertada da prática degradante do ‘clickbait’. Eu os exorto a nunca venderem sua autoridade”, declarou.
Leão 14 já havia manifestado apoio à imprensa em outras ocasiões, defendendo a libertação de jornalistas presos em regimes autoritários.
As declarações recentes ganham peso diante das mudanças nas políticas de moderação de conteúdo em plataformas como Meta e X (antigo Twitter), que reduziram suas ações de checagem e acenderam o alerta sobre o avanço da desinformação.