A Meta alterou nesta terça-feira, 7, as diretrizes que regulam discurso de ódio no Facebook, Instagram e Threads. A nova política permite, entre outros pontos, associar termos ligados a doenças mentais a gênero ou orientação sexual, gerando debates sobre os limites do discurso político e religioso nas redes sociais.

As mudanças nas políticas da Meta entraram em vigor nos Estados Unidos e Reino Unido, permitindo maior flexibilidade no uso de “linguagem insultuosa” em discussões sobre temas como direitos transgêneros, imigração e homossexualidade. A empresa também anunciou o fim do programa de checagem de fatos, conforme divulgado por Mark Zuckerberg.

Principais mudanças na política

  • Inclusões:
    • É permitido associar doenças mentais a gênero ou orientação sexual, quando relacionado a discursos políticos ou religiosos.
    • Usuários podem adotar linguagem exclusiva de gênero ou fazer apelos à exclusão em contextos específicos, como acesso a banheiros ou ligas esportivas, com base em gênero ou crenças religiosas.
  • Retiradas:
    • Termo “discurso de ódio” foi substituído por “conduta de ódio”.
    • Trechos que vetavam “autoadmissão de intolerância” ou acusações relacionadas à disseminação da Covid-19 foram excluídos.

A Meta afirmou que a atualização busca “ampliar o espaço para discussões sensíveis”, mas mantém restrições contra conteúdos que possam incitar danos físicos, discriminação ou intimidação relacionados a características protegidas.

Entre as críticas, destaca-se o trecho que permite alegações de anormalidade mental relacionadas a gênero ou orientação sexual, um ponto considerado retrocesso por ativistas. No entanto, a empresa argumenta que tais mudanças refletem discussões culturais e religiosas predominantes em certos contextos.

No Brasil, a versão em português da política ainda não foi atualizada. A Meta não confirmou se as novas diretrizes serão implementadas no país.