Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), segurando nos braços o seu filho Luca de nove meses e muito emocionado, o deputado federal Duarte Jr., do PSB, discursou sobre a falta de políticas públicas voltadas às pessoas com deficiências no Brasil.

Duarte foi convidado para palestrar sobre sua atuação e apresentar propostas que garantam direitos para as pessoas com Síndrome de Down.

“Eu aqui estou, não como advogado, não como deputado federal do meu país, o Brasil. Mas aqui, hoje, estou com muito orgulho, com muita honra, como pai do Luca. Alegria da minha vida, da minha esposa Karen, da nossa família. O Luca, que tem nove meses de vida e que já nos ensinou muito. (…) Eu falo aqui a realidade do Brasil, um país de belezas naturais, um país de muitas riquezas, mas, que infelizmente, muitos são aqueles com deficiência que em razão da sua vulnerabilidade financeira, não tem acesso ao básico. Não tem acesso à saúde, não tem acesso à educação, e por essa razão não conseguem ter acesso ao mercado de trabalho e outras oportunidades”, iniciou Duarte Jr.

“São centenas, São milhares de crianças que se tornam adultos, que por não ter acesso a oportunidades não conseguem expressar a sua vontade, não conseguem ter autonomia. E é por essa razão que, hoje, aqui nessa conferência da ONU, eu falo da importância de olhar para aqueles que são mais vulneráveis, de olhar para aqueles que são vistos, mas quase nunca são lembrados”, continuou. “É por essa razão, senhoras e senhores, que nessa conferência em homenagem à visibilidade da Trissomia do Cromossomo 21, que eu peço a todos maior atenção ao diagnóstico precoce”, pediu o parlamentar maranhense.

Junto à Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o deputado federal elaborou um decreto de medidas voltado para melhorias às pessoas com a Síndrome de Down. O documento, que aguarda assinatura do presidente Lula, tem como um de seus principais pontos o diagnóstico neonatal pelo SUS para casos suspeitos de T21.

Duarte ainda destacou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, no entanto, denunciou a dificuldade de prefeituras e estados em garantir a Lei de Acessibilidade à Saúde Plena.

“No meu estado, na minha cidade, infelizmente as crianças com deficiência por vezes não tem acesso a um fono, não tem acesso a um fisioterapeuta, não tem acesso a uma terapia ocupacional, não tem acesso às condições básicas de saúde, porque não tem como pagar”, informou Duarte Jr.

“Como pai, eu vou lutar muito, muito para que ele e outras crianças assim como ele, possam falar, possam escrever, possam realizar sonhos, possam entrar no mercado de trabalho. E pra isso só existe uma maneira, é com menos discurso, com mais ação, com mais oportunidades de acesso à saúde, para que em seguida tenhamos acesso à educação e para que, possivelmente, possamos garantir vagas no mercado de trabalho”, finalizou.