A Polícia Federal vai iniciar uma investigação sobre um suposto esquema de compra de apoio político em São José de Ribamar (MA), motivada por uma denúncia feita pelo jornalista e apresentador Matias Marinho, do programa Xeque-Mate.

Desde o início da campanha eleitoral, Marinho havia alertado sobre o possível uso de cargos públicos como moeda de troca para garantir apoio político, o que levou à abertura de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito reeleito Júlio César de Souza Matos, o “Julinho”, e seu vice, Natércio Silva.

Em reportagens anteriores, Matias Marinho apresentou áudios e conversas que sugeriam negociações ilícitas. Em um novo vídeo publicado nas redes sociais, o jornalista foi categórico ao afirmar que a suposta compra de apoio político era real.

“Olha, por falta de aviso não foi. Eu disse que aquela compra de apoio era verdadeira. Eles foram para a Justiça e o juiz disse o quê? Que as falas, o vídeo, a notícia eram verdadeiros, e mandou para a Polícia Federal investigar profundamente”, destacou Marinho, reforçando a gravidade da situação.

A denúncia não parou por aí. Recentemente, Marinho afirmou que o verdadeiro gestor de São José de Ribamar seria Natércio, e não Julinho. Apenas três dias após a vitória eleitoral, a previsão do jornalista pareceu se confirmar.

“Não tem uma semana que a eleição aconteceu e o Julinho está dizendo que quem vai ser o prefeito de fato é o Natércio”, comentou Marinho, mostrando surpresa com a rapidez dos acontecimentos.

A denúncia investigada pela Justiça Eleitoral envolve abuso de poder econômico e político. A Coligação “Muda Ribamar!”, que reúne diversos partidos, apresentou provas como conversas de WhatsApp nas quais Natércio Silva teria oferecido cargos públicos em troca de apoio político. Em um dos áudios mais comprometedores, Natércio aparece prometendo um cargo em um hospital a uma líder comunitária em troca de seu apoio durante a campanha.

Além da oferta de cargos, a investigação também sugere que a chapa utilizou prepostos, identificados como “Dudu” e “Ramon Ribamarense”, para conquistar o apoio de lideranças femininas, facilitando o cumprimento da cota de gênero nas eleições municipais. A prática, segundo a coligação, evidencia um uso coordenado da máquina pública para favorecer a candidatura de Julinho e Natércio, configurando abuso de poder.

A ação judicial pede a cassação dos mandatos de Julinho e Natércio, além da declaração de inelegibilidade dos mesmos. A coligação argumenta que as práticas ilícitas violam o princípio da igualdade de condições entre os candidatos, comprometendo a legitimidade do processo eleitoral em São José de Ribamar.

Com a investigação avançando, o cenário político no município pode sofrer grandes mudanças, especialmente se a Justiça confirmar as irregularidades denunciadas por Matias Marinho e pela coligação.