Após o depoimento do hacker Walter Delgatti na semana passada, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) encarregada de investigar os acontecimentos de 8 de janeiro deverá tomar uma decisão crucial nesta semana: se colocará ou não em pauta a convocação do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

As expectativas apontam para a realização de uma reunião entre a relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), com o objetivo de avaliar a inclusão desse assunto na agenda da CPMI, assim como analisar os próximos requerimentos a serem discutidos.

Parte dos membros da comissão prefere aguardar a quebra do sigilo bancário de Jair Bolsonaro e de sua ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, medida já autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por intermédio do ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, surge uma preocupação mesmo entre aqueles que endossam a convocação de Bolsonaro: a possibilidade de a CPMI se transformar em um cenário de debates políticos, tornando-se um “palanque” para o ex-presidente.

A próxima reunião da CPMI está agendada para terça-feira, dia 22, sendo reservada para a votação de requerimentos. Posteriormente, na quinta-feira, dia 24, será a vez do sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, que integrava a equipe da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestar seu depoimento perante a comissão.