Mesmo após a derrota do então presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais, o bolsonarismo continua a encontrar espaço para se manifestar, muitas vezes onde menos se espera. Um exemplo notável disso está na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e no processo de escolha do novo reitor.

O atual reitor, Natalino Salgado, que foi escolhido por Bolsonaro, conseguiu colocar em primeiro lugar na lista tríplice o nome de Fernando Carvalho. No entanto, esse feito foi conquistado com o uso da máquina e da estrutura da reitoria, o que gerou uma série de críticas e preocupações dentro da comunidade universitária.

O processo de escolha do novo reitor causou tanta polêmica que os estudantes da UFMA decidiram ocupar a reitoria como forma de protesto, reivindicando melhores condições para a universidade e para as residências estudantis. A situação se tornou tão delicada que a própria vida da instituição estava em xeque.

Na reta final desse processo de escolha, surgiu um fato que chamou a atenção: o apoio de Fernando Carvalho ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e sua saída de uma reunião do Conselho Universitário (CONSUN) que aprovou um ato de solidariedade a Dilma. Esse histórico político tornou-se um ponto de controvérsia em meio à corrida para a reitoria.

Além disso, é irônico que, no momento em que o Congresso Nacional, por meio da CPI do 08 de janeiro, investiga a orquestração do golpe de Bolsonaro e seus aliados, no Maranhão, o bolsonarismo busca consolidar sua presença em uma instituição federal ao tentar emplacar um líder de tendências fascistas.

Diante desse cenário, fica a pergunta no ar: Em meio à luta contra o bolsonarismo, o presidente Lula e o Ministro Camilo Santana irão nomear um bolsonarista para liderar a UFMA?